"Ir a uns Jogos Olímpicos depois de umas Universíadas é muito mais vantajoso"
O primeiro painel do Fórum FADU, que decorreu na Sexta-feira, 21 de setembro, juntou o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, Delmino Pereira, o Selecionador Nacional de Futsal, Jorge Braz, o treinador de atletismo, Pedro Pinto e o presidente da FADU, Daniel Monteiro, numa “discussão” sobre a importância das participações internacionais universitárias para o desenvolvimento do desporto português.
O presidente da FADU, Daniel Monteiro, abriu o debate ao fazer um balanço sobre a forma como as modalidades aproveitam os momentos competitivos universitários para desenvolverem os seus atletas, dando o exemplo do futsal, em que a seleção universitária é quase uma antecâmara da seleção A, ou do atletismo, que em Universíadas conta com atletas pré-olímpicos e nalguns casos, atletas olímpicos.
Para Daniel Monteiro, os momentos competitivos universitários são oportunidades que os atletas e as equipas portuguesas têm para competir a um nível elevado, o que, particularmente em modalidades individuais nem sempre é fácil.
O presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, Delmino Pereira, reconheceu que, “o ciclismo tem um longo caminho pela frente” no meio universitário. Para o líder federativo do ciclismo, o desporto universitário é a plataforma ideal para diminuir a quebra de praticantes na passagem do escalão de júnior para Sub23 e que é essencial para uma melhoria da qualidade do ciclismo nacional.
O Selecionador Nacional de Futsal, Jorge Braz, que é também o Selecionador Nacional Universitário, frisou a importância da cooperação de longos anos entre a FADU e a Federação Portuguesa de Futebol, lembrando o número elevado de atletas atualmente na equipa A que passaram, ou começara, na seleção nacional universitária.
Pedro Pinto, treinador de atletismo, responsável por duas das medalhas conquistadas na última edição das Universíadas (o ouro de Diogo Ferreira e o bronze de Marta Onofre), fez um comparativo entre as Universíadas e os Jogos Olímpicos, considerando a prova universitária a mais idêntica a umas Olimpiadas, considerando que “um atleta vai muito mais preparado para uns Jogos depois de ter passado por umas Universíadas”.
O técnico referiu ainda que numas Universíadas se podem encontrar facilmente sete ou oito dos melhores atletas mundiais e que estão “constantemente em Campeonatos do Mundo ou Jogos Olímpicos”.
Ainda no que toca à criação de condições para a participação em eventos universitários, Delmino Pereira referiu a dificuldade em conciliar calendários, exemplificando com “um recente problema na União Ciclista Internacional, que queria todos os Campeonatos Nacionais no mundo no final de Junho, que é o pico dos exames nacionais”.
Jorge Braz abordou os objetivos competitivos que devem ser colocados nas Seleções Universitárias, entre os objetivos no que toca aos resultados ou o desenvolvimento de uma geração de atletas, defendendo assim a utilização de uma “estratégia global de desenvolvimento do desporto, neste caso, com recurso ao desporto universitário”.
Pedro Pinto referiu ainda a importância das conquistas no Desporto Universitário, no caso em especifico das medalhas conquistadas em Universíadas, para o desenvolvimento desportivo dos seus atletas, mostrando-se “mais confiantes e mais despreocupados em mostrar resultados e sim em evoluir”.
Daniel Monteiro abordou a evolução da sensibilidade das federações, das equipas técnicas e dos clubes para o Desporto Universitário, dizendo que, “a FADU é aquilo que as federações desportivas quiserem”, salientando a importância da cooperação entre o Desporto Universitário e a federação da respetiva modalidade, para contribuir para o desenvolvimento do desporto nacional.