Xadrezista Rita Santos faz balanço da participação no mundial de Mind Sports
A Seleção Nacional Universitária de xadrez participou por estes dias no Campeonato Mundial Universitário de Mind Sports onde terminou na 43ª posição, num universo de 78 equipas e um total de cerca de 400 estudantes-atletas envolvidos. As cores lusas estiveram representadas por seis xadrezistas, entre eles Rita Santos, que representa a Universidade do Porto, não só no xadrez mas também no atletismo. Nas provas da FADU soma dois títulos de vice-campeã no xadrez - na época 2018/2019 ficou em segundo lugar em rápidas e semirrápidas individual -, de campeã nacional na estafeta na mesma época e vice-campeã de estafeta medley na temporada 2017/2018. A estudante-atleta fez um balanço da participação portuguesa na competição.
Com que expectativas ias para esta competição?
Rita Santos (RS) - Não ia com expectativas de ficar em primeiro porque sabia que era uma competição com um nível elevado, por isso o meu principal objetivo foi dar o meu melhor e tentar dar o máximo de pontos possíveis à equipa. Tinha noção que ia ser muito difícil passarmos à fase seguinte, mas foi um objetivo que traçamos em equipa e tentámos apesar de não termos conseguido.
O que achaste do nível competitivo?
RS - O nível competitivo foi bastante alto. Um nível que não acontece com muita frequência em Portugal, e só por isso já era desafiante.
O facto de ter sido competição online condicionou a participação ou nem por isso?
RS - Sem dúvida que sim. O facto de ser online, para além de não poder ser completamente controlado ao nível de se conseguir ter ajuda externa, também é muito mais difícil concentrarmo-nos. Por muito que esteja num quarto sozinha a jogar, há sempre fatores externos que não conseguimos controlar. Admito que tive saudades daquela sala silenciosa que é habitual num torneio de xadrez. Esse clima será sempre insubstituível. Para além destes fatores, acho que a motivação de estar presente noutro país a representar a nossa Seleção é sempre maior quando para além do torneio existe um conjunto de valores de equipa, refeições juntos, visualização dos jogos da equipa, coisas que no formato online não são possíveis.
Os formatos online são na tua opinião uma boa alternativa em tempos de pandemia?
RS - São alternativas forçadas, uma vez que estamos em tempo de pandemia, e as viagens e os contactos têm de ser reduzidos. Acho que apesar da situação atual, um torneio de xadrez não pode ser substituído por uma plataforma online, nunca vai ter o mesmo valor.
O que achaste do grupo selecionado para representar Portugal?
RS - Achei incrível pelo simples facto de poder estar a representar a seleção em conjunto com o meu irmão. E a juntar a isso, o facto de estar com pessoal que já conhecia, inclusive do mesmo clube. Fomos um grupo unido e que lutou até ao fim, e apesar de alguns resultados menos favoráveis, a equipa não foi abaixo. Não tenho dúvida nenhuma que havia muita gente que poderia estar nesta equipa, até mesmo podia ter sido criada uma segunda equipa, o que daria mais competitividade e ao mesmo tempo um maior espírito de equipa.
Faz um balanço da participação portuguesa.
RS - Acho que estivemos bem, apesar de não conseguirmos passar à próxima fase. Uma coisa é ter o torneio presencialmente e estarmos completamente focados e outra é ter o torneio a meio de uma semana em que tínhamos trabalhos, aulas, treinos, tudo em simultâneo. Pode ter afetado a nossa performance. Se o torneio tivesse sido presencial, com a presença de um treinador e com preparações de jogos talvez o resultado fosse diferente mas acho que estivemos bem.