Açores voaram mais alto e fizeram história às portas das Fases Finais

 

Com uma comitiva a rondar as oito dezenas de participantes, a Associação Académica da Universidade dos Açores (AAUA) fez história na antecâmara das Fases Finais dos Campeonatos Nacionais Universitários 2022. As equipas açorianas participaram nos play-offs de acesso nas modalidades de futsal e voleibol (feminino e masculino), andebol e basquetebol (masculino), e no final ganhou o desporto universitário.

 

 

Unidos, ruidosos e com sentido de fairplay. Se para alguns, estar nas Fases Finais é quase mais uma segunda-feira, para quem vem dos Açores esta participação não é mera rotina. O espírito de entusiasmo é tal, que de vez em quando surge um ‘isto não é uma viagem de finalistas!’, como contou a presidente da AAUA, Daniela Faria, citando um dos treinadores que integra a comitiva. Do campo para as bancadas, sente-se a força do sentimento de pertença. ‘Vimos de uma ilha e temos uma ótima união, somos uma grande família’, assegurou o capitão da equipa de futsal, António Barbosa, que está no terceiro ano da licenciatura em Gestão. O mesmo sentimento é partilhado pela capitã do voleibol, Cristiana Melo. ‘Valorizamos muito esta participação, o ambiente que se cria é muito bom e o facto de dar para ver os jogos das nossas equipas nas outras modalidades também nos deu outro ânimo e fez sentir o apoio dos nossos, da nossa universidade’, disse, com a leveza de quem acabou de dar o seu melhor.

 

Foi dada a oportunidade a 67 estudantes-atletas, vindos das várias ilhas do arquipélago, de participar numa competição a nível nacional, lado a lado com os seus pares do continente. O feito deverá ser encarado como tal. ‘Além do esforço em termos de recursos humanos, o investimento financeiro também foi muito. Toda a logística, viagens, estadias com possibilidade de prolongar dependendo do play-off… teve de haver muita capacidade de organização e esforço’, sublinhou a presidente da academia insular, que lamentou a falta de aposta no desporto por parte da Universidade dos Açores, e salientou a necessidade de reflexão por parte de todos os agentes envolvidos na promoção da prática desportiva. ‘O desporto universitário não está bem enraizado nos Açores, não temos competição ao longo do ano’, começou por dizer, sabendo que há exemplos diferentes no resto do País. ‘Há universidades que apoiam fortemente o desporto e dão excelentes condições, o nosso caso é diferente. Recebemos um apoio adicional de 1500 euros para esta participação, além do financiamento obrigatório que está destinado às associações’. As contas são fáceis de fazer e o valor por atleta acaba por ser simbólico, no entanto, os primeiros passos estão dados. ‘Esta participação pretende valorizar mais o papel do desporto, não só no contexto universitário, mas também na comunidade’.

 

Além do investimento monetário que faz falta, há ainda, na opinião de Carlos Santos, treinador de futsal, alguma desvalorização do percurso do estudante que quer contruir simultaneamente um percurso no desporto. ‘Temos um quadro legal que contempla a carreira dual, mas a aplicação não é uma prioridade, pelo menos nos Açores. Precisamos mudar essa mentalidade. Não é por acaso que algumas universidades, independentemente da modalidade, são repetidamente campeãs. Nos Açores terá de haver uma reflexão alargada e que envolva também as associações das várias modalidades’.

 

Competitividade e enriquecimento pessoal

 

As equipas das ilhas, sem participação em nenhuma das zonas de apuramento, têm a possibilidade de chegar às Fases Finais, caso passem a fase de play-off, onde terão sempre de defrontar a primeira equipa não apurada dos Campeonatos Universitários de Lisboa, Campeonatos Académicos do Porto ou Norte Centro e Sul, dependente de qual seja a zona de apuramento com melhor ranking. Os níveis competitivos diferem – e, consequentemente, os resultados também -, mas o balanço será sempre muito positivo. ‘Enquanto treinador de futsal é um privilégio e uma honra estar a participar nas Fases Finais da FADU. Vir cá é dar a oportunidade a estes miúdos de terem consciência de outras realidades, nomeadamente dos Campeonatos Nacionais Universitários. Treinamos três vezes por semana, mas chegamos aqui sem competir. Sabíamos que seria difícil, mas é preciso ter alma, cabeça e encarar as coisas de frente. Temos miúdos que também querem representar as suas universidades, como os do continente’, frisou Carlos Santos.

 

No seu terceiro ano como presidente das AAUA, Daniela sabe bem das discrepâncias em campo, mas isso não é o mais importante. ‘Um dos nossos lemas é que ganhar não é só no campo e queremos passar a mensagem de que, acima de tudo, é muito importante estarmos aqui e termos um grande número de atletas e dirigentes envolvidos nesta experiência, que os tira do seu contexto habitual. É bom ver atletas a acompanhar e a entender outras modalidades, ajuda-os a posicionar-se no lugar do outro e a desenvolver o espírito de solidariedade’.

 

‘Viemos, precisávamos de aprender, temos uma grande diferença competitiva porque há aqui atletas de primeira e segunda divisão e nós estamos na distrital’, atestou o treinador futsalista. A ideia é reforçar a regularidade para voltarem mais fortes em próximas edições. ‘Esta experiência competitiva fará com que melhoremos, que voltemos a vir e que um dia estejamos ao mesmo nível’.

 

À boleia da vontade de querer dignificar a sua academia, vai ficando o legado. ‘É o meu primeiro ano no futsal e depois desta experiência não penso desistir. Metade da nossa equipa nunca tinha jogado futsal, muitos somos do futebol 11, no entanto conseguimos fazer um trabalho com mérito e com mais preparação e regularidade competitiva vamos melhorar’, acredita o capitão do futsal, que confessou que muitos dos seus companheiros tiveram de tirar férias para poder estar presentes. ‘Demos tudo para dignificar a AAUA e cada um de nós que veio só pode estar orgulhoso’, rematou o estudante-atleta, sem esconder alguma emoção. Para a capitã da equipa de voleibol, que é estudante de Educação Básica, está aqui aberta a oportunidade de se começar a criar tradição na participação dos Açores, o que permite uma passagem de pastas. ‘Vamos passar as experiências a quem vier no futuro e aí o acolhimento também será feito com outra facilidade’.  

 

A violência não se leva na desportiva

 

Se a solidariedade foi visível, o espírito de fairplay também. ‘O futsal é uma modalidade intensa e às vezes é fácil esquecerem-se as desculpas. O civismo está acima de tudo e o treinador também lhes deve passar isso com clarividência. Disciplina física, tática e mental é a base do sucesso’, reforçou Carlos Santos. Assim, também neste campo os estudantes-atletas insulares estiveram à altura e fizeram jus à frase presente nas tshirts dos kits que receberam logo que chegaram: ‘Não Leves a Violência na Desportiva’. A vontade de ganhar está lá, mas o papel pedagógico, do qual a FADU não abdica nas suas competições, também. ‘Alguns dizem que o fairplay é uma treta, mas se estamos num ambiente com estudantes-atletas do ensino superior, à partida intelectualmente mais desenvolvidos e que poderão vir a liderar projetos no futuro, devemos contribuir para fazer a diferença’. Depois de um domingo com agenda cheia, é hora de ver outros competir e viver um pouco mais o espírito das Fases Finais. Depois, é rumar a casa com a sensação de dever cumprido.

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