À conversa com Amaro Teixeira

 

Amaro Teixeira é atleta universitário (sagrou-se há dias campeão nacional universitário dos 5000m marcha em pista coberta), mas é também técnico de atletismo, no mundo universitário e a nível federado. Recentemente, Amaro Teixeira foi distinguido pela Federação Portuguesa de Atletismo como um dos dez treinadores do ano nas camadas jovens. A FADU esteve à conversa com Amaro Teixeira, para perceber a influência do desporto universitário na sua carreira e para conhecer quais as suas ambições e sonhos no atletismo. 

 

FADU: Referes em entrevistas anteriores que o desporto universitário foi o que te fez definitivamente apostar no atletismo. Foi no desporto universitário que deu definitivamente “o clique” para apostares no atletismo e numa carreira mais sólida e posteriormente como treinador?

 

Amaro Teixeira (AT): O desporto universitário realmente mudou-me e fez-me apostar mais a sério no atletismo, mas o que quero dizer é que isto aconteceu devido a ter sido no desporto universitário que me iniciei na disciplina do atletismo de marcha atlética, e os resultados que fui alcançando e os tempos que fui melhorando é que me fizeram querer apostar mais enquanto atleta e a pensar na alta competição e em querer chegar aos jogos olímpicos. Eu sempre apostei muito no atletismo e ia continuar a apostar mas ter descoberto a marcha atlética mudou a minha vida e isso foi devido ao desporto universitário. Tenho também tentado conciliar a carreira de treinador com a de atleta, mas não é fácil, o desporto universitário também foi fundamental para a minha carreira de treinador, aos poucos fui treinando mais atletas e fico satisfeito pelos resultados até agora alcançados.

 

FADU: Também como treinador os teus primeiros passos foram no desporto universitário. Como tens acompanhado o desenvolvimento do desporto universitário ao longo dos anos?

 

AT: Como já referi o desporto universitário foi essencial para mim, enquanto treinador foi onde comecei a orientar atletas e depois surgiu a hipótese de treinar atletas mais jovens que ainda não pertenciam à universidade. O desporto universitário tem tido um grande desenvolvimento e tem ganho mais importância, mas ainda há professores que mesmo havendo estatuto de atleta-estudante, não olham para o desporto como deviam. Há também realidades e estruturas bem diferentes a nível nacional e as universidades têm tentado estar mais competitivas, criam até medidas para favorecer os melhores atletas. O desenvolvimento é positivo e falando da estrutura da Universidade da Beira Interior, o nosso crescimento tem sido bastante positivo e é fruto de uma boa estrutura que tem sido implementada desde há vários anos, é verdade que podemos querer sempre melhores condições, mas é também verdade que poucas universidades têm uma estrutura como a nossa.

 

FADU: Se tivesses que apontar algumas das vantagens de praticar desporto durante a carreira académica, quais é que apontarias? O que é que em ti, sentes que o desporto universitário te ajudou enquanto estudante?

 

AT: O desporto seja a que nível for, faz uma pessoa libertar-se e tentar superar as suas dificuldades. É uma maneira saudável de ocupar o tempo e ao mesmo tempo fazer amizades e conhecer novos sítios. Seja na universidade ou fora o desporto na minha opinião tem sempre efeitos positivos, e o desporto universitário com uma boa estrutura por detrás é fundamental para que um atleta não abandone a prática desportiva e no meu caso ajudou-me a descobrir a disciplina da marcha atlética, que é onde tenho conseguido ter uma grande evolução e algum destaque no panorama nacional. Enquanto estudante, e sendo natural dos Açores, ajudou-me a manter-me sempre ocupado e motivado para tudo.

 

 

FADU: De que forma é que o facto de competires te ajuda depois no teu papel enquanto treinador? Consideras que vais melhorando como treinador com a experiência enquanto atleta?

 

AT: Ser atleta desde os 13 anos ajudou imenso, pois a perceção que temos das situações é totalmente diferente, conseguimos compreender melhor as sensações dos atletas e pensar os treinos e competições como se tivéssemos no lugar deles. Quem me conhece sabe que esforço, dedicação e espírito de sacrifício são características essenciais enquanto atleta e tento transmitir isso, fazendo com que eles percebam que se forem dedicados os resultados vão aparecer.

 

FADU: Recebeste em 2016 uma distinção enquanto treinador de atletismo juvenil, por parte da Federação Portuguesa de Atletismo. O que significa para ti esta distinção?

 

AT: Para mim significa muito, eu tenho-me dedicado muito à modalidade e os resultados têm aparecido. Poder ajudar os atletas a superarem-se, a conseguirem alcançar os seus objetivos e alcançarem metas que pareciam impossíveis. Desde que eles gostem e sejam dedicados eu fico muito motivado com os seus resultados. Também fico orgulhoso de eles conseguirem algo que eu não consegui com a idade deles. Ajudá-los nas suas conquistas é muito satisfatório. Sou também o primeiro treinador do distrito de Castelo Branco a receber uma distinção do género por parte da FPA e acredito que mais poderão conseguir.

 

FADU: Portugal atravessa agora uma fase de menor fulgor no meio-fundo. Do que vês nos escalões mais jovens, há matéria-prima para voltar aos bons resultados em breve?

 

AT: Penso que no meio-fundo e noutras disciplinas, esta fase deve-se aos fatores que levam a que os jovens não continuem a praticar a modalidade. Hoje em dia muitos abandonam a prática quando entram para a universidade ou quando já não conseguem ter tempo para treinar o que queriam, acho que também esta geração da internet, tablets, entre outros dispositivos que há 20/30 anos não existiam também tem grande influência nos hábitos e nos interesses dos jovens. Ainda assim vão aparecendo alguns jovens com vontade e focados no que querem, mas se quando entrarem ou após saírem da universidade não tiverem um bom grupo de apoio acabam por desistir. Portanto a minha resposta é que existem jovens com grande qualidade, o problema principal é eles conseguirem ter condições e motivação para chegarem a atletas seniores internacionais, porque à medida que vão crescendo vão exigir mais do corpo, do descanso e nem toda a gente consegue, fora ainda os fatores externos à modalidade.

 

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